quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cold in the desert.

Passou rímel à prova d’água sem saber como lhe seria bom.
O desânimo tinha lhe caído de uma hora pra outra
Até rejeitou cerveja.
Sem pensar em nada, sem se preocupar em nada.
De repente ouve e não acredita.
Claro que não acredita! Como assim?
Liga.
No tom da brincadeira, dentre tantas, viu que era verdade.

E percebeu que sua vida e a dele se resumia em uma palavra.
Espera. Talvez duas, espera dele. 
Esperou tudo, tanto. Esperou o beijo. Esperou que ele aparecesse. Esperou qualquer piscadela, qualquer aperto de mão diferente, qualquer brincadeira diferente. Esperou o fim de semana pra ligar pra ele. Esperou qualquer viagem. Esperou qualquer show. Esperou todos os seus planos. 

Viu o quanto a espera era idiota e decidiu parar de esperar.
Foi esperar em outros o que nele sempre acabava sendo o final. 
E a espera ficou em espera. Às vezes escondida, às vezes inexistente, quem sabe.

E a danada voltou. E voltou dez vezes mais forte, parecendo que ficou revoltada por ter sido colocada de lado. A espera apelou e voltou muito mais preocupante, perversa e doentia.

A espera da próxima vez, a espera do próximo abraço, a espera da próxima risada, do próximo cafuné, a espera da sua volta.

E pensar que eu não tinha percebido o porquê do dia ter esfriado tanto.
Aqui dentro virou um inverno.