terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Futura ex-gordinha #4




Olá pessoar!
Eu disse que o próximo texto seria sobre as drugs, mas to achando que esse vai ficar pra próxima. Hoje vou falar de um assunto pra lá de constrangedor e que sempre me incomodou demais: a relação dos boys magia com as gordinhas. As gordinhas virgula, eu, na minha época mais gorduxa e bela de todas! ;)
Aos 18, meu irmão no carro me disse: "Djow, vc tá entrando na melhor época da sua vida, então tá na hora de você emagrecer.. você tá gordinha!". Só que como vários já sabem eu amava mais comer, beber e farrear do que qualquer outra coisa na vida, e como sempre escutava e pensava: "beleza, amanhã começo." Aham, tá! E aí como permaneci nessa batalha, perdendo durante muito tempo, já rolaram várias pérolas comigo dos imbecis que não deixavam de mostrar sua insatisfação (ou até satisfação) com as gordinhas.
Mais nova, fiquei com um cara numa festa (mãe, namorei anos!! - ela fica indignada de falar que "fiquei", "peguei" pior ainda!!), um amigo de um amigo, hoje meu amigo também. Na volta da minha casa, o amigo dele, o meu amigo mesmo, me disse: "Marília, ele adorou ficar com você, mas vc tá gordinha.. ele disse que você é linda, maaaass… (falei, galere) vc precisa dar um jeito!!". Enfim, pensei mais uma vez em: "depois começo".
Em 2011, recente, eu me encantei com um rapaz, e foi aquela coisa de "meu Deus, minha alma gêmea, não acredito, uau!!", e nada de sair do lugar.. um belo dia, uns amigos vieram me contar que ele falou "olha, a Marilia é adorável, eu chego perto dela eu até arrepio, mas eu tenho um obstáculo biológico.. eu não consigo pegar gordinhas". Haha. Minha amiga me deu a resposta a altura: "ótimo, e você não pega babacas!" 
Uma outra vez, estava com um rapaz, que tava meio adoentado e deitado no meu braço (lê-se: coxa). De repente ele me solta: "nossa, tão bom deitar aqui no seu braço, parece um travesseiro". Minha cara de satisfação foi a melhor. Só não chutei a cara dele porque ele tava doente.
E a melhor, super champion, pole position de todas é a seguinte: eu me encontrava no Rio de Janeiro em 2010, no meu aniversário (o destino me dando seu presente!). E eu tava muito gorda, mas o ápice do ápice, o meu maior number na balança ever. Eu e Leticia andando na rua, a gente passa do lado de um grupo de senhores de idade, repito: SENHORES DE IDADE, e um deles olha pra mim com aquele olhar bem malicioso e diz: "Nossa, mái na minha mão eu te deixava magrinha, magrinha." ¬¬ Essa foi a pior de todas, pareceu que pegaram um serrote e passaram na minha barriga. Eu não falei nada, segui reto, sem nem olhar pra trás e só ri (de vergonha, claro), olhei pra Leticia do tipo: "……" E fiquei pensando: cara, que massa, uma cantada super legal de um cara super gatinho e jovem. AFF. 
Enfim, essas foram as melhores que eu me lembro, mas certeza que existem várias outras. Não só em relação a homens, mas em relação a qualquer pessoa. O gordo passa por umas situações que eu vou te contar. E nesse fim de semana eu percebi, em uma conversa com uma amiga, que ela prefere ser chamada de chifruda do que de gorda. (olha a que ponto chegamos, meu povo!)
Não sei como as outras meninas acima do peso se sentem, mas vou falar que as vezes incomoda pra caralho. (podem retirar o "as vezes" e deixar só o "pra caralho" mesmo!). Ser gordinho só é bom na hora de você comer sem parar e pensar: "já to gorda mesmo", porquê de resto não é bom em nada. Não tem roupa que entra (até suava pra colocar calça gente, que mierda!!), nada ficava bonito e eu já morria de constrangimento só de um cara pegar na minha barriga ou nos meus bracim magro, imagina? E toda vez que eu queria emagrecer eu pensava "nossa, quero emagrecer e namorar esse cara". Acabou que durante anos tentando isso, eu finalmente consegui hora que eu finalmente não pensei em cara algum. Não vou vir com papo belo aqui de que "estou emagrecendo por mim, não ligo para nada e para ninguém", mas acho que essa foi uma das maiores ironias da minha vida. 
Vários vão dizer que "nossa, que viagem, quê isso, isso nem é tão importante" HAHAHA. Já escutei dizerem que "quando gostarem de você, vão gostar do jeito que você é", mas to achando que isso é história pra boi dormir, pelo menos no meu caso -  afinal existem várias gordinhas lindas aí que tem namorados e que são super amadas, queridas e dão certo. Infelizmente eu não nasci na Grécia Antiga, gordinha e toda poderosa, nasci numa época onde a magreza é sinônimo de beleza. Que injustiça, galera! Hahaha. 
E claro, to contando desse lado negro, e não posso deixar de comentar dos que fizeram um bom papel nesse tempo. Agradeço mais uma vez pelos elogios, mesmo que eu estivesse tão rechonchuda e sensual! Hahaa! Nada contra os feios (aliás minha lista tá recheada deles), mas infelizmente a beleza é o cartão de entrada. 
E mais uma vez vou dizer, não to magra, mas vou ficar. E DIGO MAIS: ainda vou pegar vários gordinhos lindos  (ihuuuuuuu) e vou continuar com meu "obstáculo biológico de que não pego babacas".
Beijos gente.


Ps: Deixando de lado essa relação fútil, existente entre "beleza" e "magreza", falemos de uma coisa  bem mais importante. Um documentário, que uma amiga acabou de postar, e que achei muito bom.  Em primeiro lugar, SAÚDE. Serve principalmente pra esse povo que tem mente de gordo e só pensa em comer sempre: almoça pensando no jantar (CASEMOS TODOS AMO VOCES BEIJAO)



Ps2: Esses dias descobri umas coisas muito boas de comida. Delicia! São em inglês, mas o google tá aí ajudando os não ativados no English. E logo depois vi essa @yoga_girl (insta). Feia, despreparada, vida ruim. Lá vão:












xx. (none of the pictures are mine, as usual!!)

Marilia Bilu. 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Plantação

         


         Ela não sabia mais o que fazer. Só sabia chorar, deitar e nem comer, comia mais. Deixou de gostar do que gostava, de admirar quem admirava e de fazer o que fazia. Os vizinhos, que começaram a estranhar, correram pra sua casa para descobrir o porque de seu sumiço. Chegaram na casa e a encontraram deitada, só de calcinha e sutiã, com aqueles mesmos olhos manchados de preto. Essa mancha preta nos olhos das mulheres daquela cidade já era mais do que normal. Já era marca. Marca de que finalmente viraram mulheres e de que tiveram sua primeira desilusão. Perceberam que Cidinha estava daquele jeito pelo mesmo motivo das outras: sofria de amor.
             Procuraram Carlos e ouviram falar que, sem nem deixar recado e sem se preocupar com ninguém, partiu pra outra cidade a gargalhadas. Todos se entreolharam e não sabiam o que fazer. A situação era por demais recorrente, mas logo com Cidinha e Carlos? Os dois, casal 20 da cidade, onde se via um já se esperava pelo outro, riam de forma parecida, tinham até cabelo parecido e até marcaram o corpo com figuras iguais. Era estranho imaginar que dentre os poucos mil habitantes da cidade, aqueles deixariam de ser um e se tornariam de novo dois. 
         Depois de muito café com pinga, decidiriam procurar pelo seu Divino. A plantacão que ele possuía logo na saída da cidade fora a salvação das que antes sofreram do mesmo mal. Claro que muitos eram contra: a salvação daquela platação entrava em contradição com toda a religião da cidade. Os velhos consideravam seu Divino bruxo, místico, safado e aproveitador. Alguns até chegam a dizer que é um grande de um galinha, que de tanto fazer meninas, hoje senhoras, chorarem, se tornou um especilista em curar as pessoas do sexo oposto - clientela bruta, afinal, homem nem tinha o porque de chegar lá perto. 
       Enfim, precisavam salvar Cidinha. E não havia pinga nem tempo nem remédio nem reza nem faca nem sono e nem cama que a salvaria daquele sofrimento. Todos sofriam junto com ela. Menos o falecido, que numa era dessas já estava sabe Deus onde. Maria Dolores, mãe de Cidinha, seguiu em direção a casa de seu Divino. E no caminho, rezando e pedindo perdão a Deus por ter que precisar da ajuda daquele sem vergonha, Maria já sentia o pulsar da plantação. Sem folêgo, desceu e amarrou seu cavalo num toco. Chegou lá e viu de novo. Ninguém sabia, mas vinte anos antes estivera aqui, neste mesmo lugar, com esses mesmo desespero. Bateu palmas três vezes: - ô de casa! Seu Divino!
        Seu Divino saiu, todo garboso, com seu cigarro de palha na boca. Sorriu, já sabia o que Maria Dolores queria. Todas queriam. Não tivera uma na cidade que escapara. E ele achava pouco. Ficava cada vez mais rico.
          Se dirigiram a plantação, que ostentava demais. Grande demais, vermelha demais, pulsante demais. 
         - Pode escolher. Qualquer um, mesmo preço. Só os da direita que são mais caros porque são recorrentes e agora são três vezes mais fortes. De resto, sua filha que vai ter que tomar providência, porque, como já corre pela cidade inteira, o dela já era.
      Maria Dolores então escolheu e saiu da plantação aos prantos. Mas no caminho, a calvagar, parou pra pensar e chegou a conclusão de que, talvez o sentimento de se ter um novo coração seja melhor do que sofrer por um coração que já não se tem mais. 
            Chegou em casa, limpou os olhos de sua filha e deu à ela o seu remédio. 
         Seu Divino deixou de existir pouco tempo depois, assim como sua plantação. Ninguém sabe, mas os pingos de amor cessaram e a procura e a demanda de novos corações cresceu tanto que ultrapassou os limites daquele povoado. Depois de certo tempo, não tinha dinheiro que comprava e nem terra que se trocava. Coração intocado, virgem, recém saído da terra acabou por virar lenda. Muitas ainda acreditam: procuram entre as plantações de soja, corações imaculados.















mb.



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

AI!!


      Ai gente, acabei de ver um site que me deu vontade de correr aqui. Eu entendo que os padrões de beleza hoje acabam por influenciar demais nossos pensamentos e gostos, mas eu não vejo possibilidade em achar isso bonito. E me pego pensando se na Antigüidade ou em qualquer outro momento histórico, no qual já se é sabido que as mulheres "fofinhas" são mais desejadas que as magras demais, achariam isso atraente de alguma forma. E não só olhando pelo lado estético, mas principalmente pelo lado da saúde. Que paia, gente! E claro, gostos são gostos, mas nossa, o meu tá longe de achar isso bonito, mesmo que eu também não ache essas magrelas varetas bonitas. Beijoca! 





mb.