sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Shooting the breeze.


Parece que todo o dia de hoje e as duas últimas semanas me serviram pra mostrar o quanto eu quero, ou pelo menos tento promover o desapego. Na minha opinião, essas borboletinhas malditas que ficam voando no seu estômago, na verdade, são o início de alguma coisa que vai te corroer e que vai te deixar bem doente. Então, quando eu sinto a primeira alçar voo, aquele medo já bate e minha vontade é vomitar pra que elas voem pra fora de mim.



O tal do apego é dificil. Claro que é lindo. O amor é lindo. Você imaginar sua vida, ter sua vida pensando em outra pessoa é lindo. Mas você já parou pra pensar quantas vezes você vai passar por isso? Quantas vezes você vai sofrer porque as coisas não saíram como planejadas ou porque simplesmente não aconteceram? Exceções claro: sometimes, o amor vem, permanece, e continua até o final da vida – exceção que eu invejo. Mas o pior não é o fato de as coisas não acontecerem como planejadas. É o fato de que tudo o que você sempre sonhou, desde uma mera criancinha, não acontecer porque simplesmente você conheceu alguém de gostos diferentes e que te levou, inconscientemente, pra outro estilo de vida - o quê você só percebe depois de anos, sentada no sofá da sala, vendo televisão: ‘Sempre quis tanto fazer isso, mas aí conheci seu pai, casei... passou a vontade’.



Assim, por mais que eu fale mal, que eu critique, que eu ache patético, a mais pura verdade é que eu tenho medo de amar desse tanto que eu sei que somos capazes. O que eu realmente acho é que esse sentimento é o sentimento mais filho-da-puta do mundo – só ele é capaz de me fazer querer alguma coisa muito e ao mesmo tempo ter medo de outras extremamente ligadas à ela.



E eu não promovo o desapego apenas em relação ao sexo oposto não. Eu principalmente promovo o desapego familiar. Promovo, porque eu sinceramente não consigo. Eu queria muito pegar a mochila, dar uma de Alexander Supertramp, ou até mesmo uma de Elizabeth Gilbert. Mas aí vem, novamente, o tal do apego: eu não aguentaria aquele buraco negro gigante que ficaria dentro de mim por causa da saudade. Saudade, saudade, outro sentimento que me tira a cor.



Enfim, é horrível ver como tudo muda, como tudo passa, como tudo depende de cada mínima decisão que você faz no seu dia-a-dia enquanto você almoça um McDonald’s rapidamente pra voltar pro trabalho, ou enquanto você toma aquele café pensando que roupa você vai usar a noite. É tudo uma sucessão de fatos que não fazemos idéia de onde, nem quando vai parar.