sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Beijo, Me LIGA!





Existe a época em que o cara pega na sua mão, você sonha com ele durante meses, e só o esquece hora que outro rapazote chega e pega na sua mão duas vezes.

Quando o primeiro te dá o primeiro beijo na bochecha, o casamento já é certo, intelectualmente formado na sua cabeça. Preto, vermelho, rosa, amarelo com “Como é grande o meu amor por você”.

O beijo na boca então nem se fale. O primeiro é inesquecível. Era amor eterno. E doía só de imaginar um término. Casamento e até a morte já era programada. Nunca vi tantos “Eu te amo”. Esse beijo, só em quem o namoro fosse garantido. “Ficar”? Nunca. 

O tempo vai passando, e as fases mudando. Graças a Deus.

Chega aquela época em que você fica com o cara numa balada, e não necessariamente quer namoro. Foi um beijo, o beijo foi bom, tchau, beijos, me liga. Por favor, me ligue! E as próximas semanas são carregadas de ansiedade, esperando a tal ligação.

Depois, você vai pra balada, beija, tchau, beijos, me liga, mas já sabe que essa última parte do diálogo é apenas rotina. Você já volta pra casa, e não espera mais a ligação. Chega tanto a esse ponto, que quando pedem seu telefone, você já até pensa “Pra quê? Vamos poupar saliva. Você não vai ligar. Eu e você sabemos.”

E por fim, chega a época na qual você vai pra balada, beija, beija muito, tchau, beijos. O “me liga” ficou pra trás. E ‘aaaaaai’ do rapaz se falar algo do tipo. E quando ele fala: “te ligo”, seu estômago já dá aquela fisgada e aquela voz na sua cabeça grita: “nãoooooo”. E aí sim, quando o seu telefone toca, você escuta o barulho, franze a testa, faz um “tsc” e entorta a boca. Você viu que, sim, realmente ele ligou. Que saco.

E aí você para pra pensar em como, anos atrás, você estava no seu quarto, louca pra receber uma ligação. E agora, a ligação vem, e você simplesmente queria nem ter celular. E percebe também que analisar tais “oscilações” do seu comportamento é fundamental pra entender que quanto mais você programa as coisas, mais imprevisíveis elas se tornam. E percebe também que você nunca vai entender a razão existente em dizer “beijos, me liga” de verdade, e a ligação nunca vir. Ao mesmo tempo em que não dizer e não querer a ligação, poder esperar... por fim, ela virá.

Umas dirão: “É natural, pisa que amacia, ele percebeu...”. Esse papo de “esnoba, ele vai gostar de você” me mata. Parece papo de menininha. Acordem garotas, o método jamais será aplicável nesse assunto.
 
E sim, talvez esse seja um texto de um coração, metade partido, metade de saco cheio.
 
Beijos, me liga. 


mb. 






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